A 2ª Guerra Mundial acabou há quase 65 anos. Mas o tempo não apagou todas as marcas deixadas pelo conflito que matou milhões de pessoas e devastou a Europa. Uma prova disse é a forte e constante presença da 2ª Guerra na literatura. Até hoje o tema inspira obras ao redor do mundo, como O Leitor, de Bernhard Schlink.
O livro, escrito na forma de romance, lança um olhar diferente sobre a guerra. Não busca culpados ou inocentes, vítimas ou carrascos. Mostra, simplesmente, os reflexos da 2ª Guerra na vida, no sentimento e na alma do povo alemão, mesmo naqueles que sequer eram nascidos quando Hitler avançou sobre a Europa com a suástica em punho.
O Leitor conta a história de amor atribulada do jovem Michael Berg, de 15 anos, e de Hanna Schmitz, 20 anos mais velha que ele. Ao longo da narrativa, o menino inexperiente descobre o amor e o sexo, ligados a literatura por um curioso hábito do casal: sempre antes de se entregarem ao prazer, Michael lê para Hanna. Puro. Simples. Belo.
Porém um dia Hanna desaparece da vida de Michael sem explicações. E ele só a reencontra anos depois, de uma forma inesperada e surpreendente.
Nesse reencontro, então, os conflitos existenciais e históricos de um povo que carrega o peso do nazismo e das atrocidades da 2ª Guerra vêm à tona. As dúvidas e as certezas, os culpados e os inocentes se confundem na confusão de emoções que a Guerra provoca em cada um que a vivenciou, até o fim de suas vidas.
Uma bonita história, contada de forma leve, mas contundente, que não esconde os horrores de uma guerra nem as suas marcas inesquecíveis. No corpo ou na alma. A ponto de continuar inspirando livros, 65 anos depois...
Victor Fernando Pereira
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